Efemeridade (I)
Edir Pina de Barros


Eu amo tudo que se foi de mim,
a mágoa que findou, a dor, tristezas,
os meus amores plenos de incertezas,
as flores que morreram em meu jardim.

Eu amo o que se foi... Que teve fim...
O que morreu nas minhas profundezas,
perdido em meio aos véus das sutilezas,
ou preso numa torre de marfim.

Eu amo os tempos idos, tão fugazes,
e os novos tempos, com novos sentidos
que hão de passar depressa como o vento.

O que se tem são coisas do momento,
e nada há de restar dos tempos idos,
nem mesmo os sonhos com seus tons lilases.
 
Brasília, 14 de Outubro de 2010.


Brasília, 14 de Outubro de 2010.
 
Livro: Sonetos Diversos, pg. 19
Sonetos selecionados, pg. 21


Paulo Camelo respondeu:
 
Eu amo tudo que ficou em mim
depois que se findaram tantos ais,
os desenganos que deixei pra trás,
tanta tristeza que não tinha fim...

Eu amo tudo e mais um pouco, sim:
amo a ventura de viver em paz,
essa esperança de ter sempre mais
e mais amores... amo tudo, enfim!

E nesta vida os meus amigos amo,
e os inimigos - desses não reclamo
e inda procuro dar o meu amor,

para que possam divulgar ao mundo
a imensa paz, a paz com que me inundo
ao levantar a Deus o meu louvor.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 09/02/2012
Reeditado em 22/06/2020
Código do texto: T3489083
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