Meus Medos?

Medos?

Jorge Linhaça

Medos não trago em minha viagem

Tênue passagem nos mares da vida

Depois da morte, eterna guarida,

Terei os frutos da minha passagem

Tenho meus sustos, os tendões reagem

Puro reflexo de ação incontida

Quando a surpresa reflete a medida

Tesa o corpo buscando coragem

Serão meus frutos amargos ou doces

Dentre o pomar que daqui semeei

Que bom seria se bons eles fossem

Só adiante é que o saberei

Depois da morte vir-me co'a foice

É que meus frutos enfim comerei

Salvador, 9 de fevereiro de 2012