PRESA DE HIENAS

Ah, que saudade dos mergulhos meus em lagos

de calmarias esfuziantes do querer,

de teus desejos em folguedos, risos vagos

alucinando-me à malícia a me sorver...

Ah, quando atava-me nas asas do viver

e revoávamos, entregues aos afagos,

sobre florestas férteis, lindas de prazer

que respirávamos, bebendo em brandos tragos...

Mas tu te foste e o mundo em mim desintegrou-se,

findou-se o tudo que teu sol em luz me trouxe...

Eu nesta selva em que só vive fera, apenas.

E na esperança de encontrar-te em passarinhos,

até me esqueço do perigo em meus caminhos,

entre alcateias de famélicas hienas.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 07/02/2012
Reeditado em 10/07/2017
Código do texto: T3484736
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