PRESA DE HIENAS
Ah, que saudade dos mergulhos meus em lagos
de calmarias esfuziantes do querer,
de teus desejos em folguedos, risos vagos
alucinando-me à malícia a me sorver...
Ah, quando atava-me nas asas do viver
e revoávamos, entregues aos afagos,
sobre florestas férteis, lindas de prazer
que respirávamos, bebendo em brandos tragos...
Mas tu te foste e o mundo em mim desintegrou-se,
findou-se o tudo que teu sol em luz me trouxe...
Eu nesta selva em que só vive fera, apenas.
E na esperança de encontrar-te em passarinhos,
até me esqueço do perigo em meus caminhos,
entre alcateias de famélicas hienas.