SONETO DA ETERNA ESPERA...

Nunca a tive, mas nasci por ela esperando...

Quando em sonho pressinto sua aura brilhante,

Julgo ver os traços do seu rosto e ofegante,

Lanço-me espaço afora em lúcido desmando!

Do céu, coberto de luar, um vento brando

Sussurra –me canção antiga, inebriante!

E com um olhar percuciente de amante,

Adentro os caminhos da noite a procurando!

Jamais a encontro...É sempre a mesma ansiedade:

-Noites e mais noites de espera e de torturas.

-Dias e mais dias que aparentam infinidade....

Mas, que importa o tempo ( nas vidas), um repente...!

Se é para tê-la , finalmente, nas alturas,

Hei de esperá-la - em qualquer vida - eternamente!

Tema: Sombras ( A.Lara )

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 04/02/2012
Reeditado em 04/02/2012
Código do texto: T3480510
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