Viagem à borda do Mundo
Jorge Linhaça
Conduzo a nau pra borda do mundo
Onde mil monstros vorazes me espreitam
Entre o sargaço compacto e fundo
Como as dores que já me sujeitam
Trespasso a linha do imaginário
Corto as ondas co'as velas infladas
Julgam meu ato, quiçá, temerário
Já me pretendem caindo no nada
Mas, que surpresa, são águas tranquilas
E os tais monstros qu'eu devia ver
em cujas bocas devia morrer
Eram só mitos, puras fantasias
Frutos do medo do desconhecido
Pelos "senhores" em nós incutidos
Salvador, 3 de fevereiro de 2012