ENTRE GESTOS
Num breve contemplar me sustento
Ao fitar em teus traços cada gesto
Desvendar-te, ordem que me presto
Desbravar cada pedaço de ti ostento
Ao parecer dominar cada parte tua
Mesmo que se faça assim tão displicente
Sei que no fundo existe um desejo ardente
De mostrar-te a mim ousadamente nua
E ao te sentir ofegar entre tantos ruídos
Ensaio o deleite que teu corpo espera
Revelar teu desejo por mim extraído
Por entre os gestos deste doce castigo
Disfarço a volúpia que o desejo venera
Ser só teu ao ceder a este amor proibido.