JURO (Soneto)
(falando com a minha alma)
Quantos corpos vestiste alma impura?
Quantas vidas levaste em noite escura?
Decerto não viveste inda o bastante
Pois te vejo crua e tão ignorante
E nessas estradas que percorreste
Quantas lições deveras aprendeste?
Se nesta vida de dor e prazeres
Tantos desmandos vejo cometeres
Que este meu fraco corpo não te afaste
Da luz que necessitas alcançar
Que para a impureza não te arraste
Possa ele ter forças para lutar
Que rumo ao alto juro te elevar
Se Deus me conceder vida que baste!
Carmo Vasconcelos
(In “Despida de Segredos”)