LÍRICA
A lira forte pesa, dá a nota e ri-se
Porque dos versos sabe e quer dizer que não
O desejo não conta o que o invisível diz
Põe-se a caminho, querendo ser pulsação
Na palavra sem nome, guardada sua lida
Demonstrada modéstia, a própria solidão
Depois foi não sei que, e nem por quem é tida
Nas ondas do ir e vir reside um coração
Eu sei além, porquanto do amar é tocada
A entrelinha revela a sua meta, resolve
Combatente implacável, na mesma toada
Sempre mais faz seu norte tal prazer secreto
Grão germinado do qual não se viu o pólem
Que florescendo, revela seu nome correto