SONETO FÚNEBRE

Entre vida e morte,

Há a passagem secreta,

Em que somos a poeira,

Que o cosmo nos decreta.

Entre real e sonho,

Há esse tênue fio,

Esse dissabor cósmico,

Nesse inútil desafio.

Entre viver e morrer,

Há o pêndulo preciso,

Que demarca o seu tempo.

Entre realizar e sonhar,

Há o dialeto conciso

Desse desmoronamento.

2.011