Fala-me destes lírios que tu vês
Fala-me destes lírios que tu vês,
Suas cores, olor, toque de seda.
Fala-me p’ra que tua voz me ceda
Os lírios que tu vês com nitidez.
Fala-me deste céu com vividez,
Seu azul, esplendor, luz alva e leda.
Fala-me p’ra que tua voz me ceda
O céu com sua vasta placidez.
Fala-me desta pulcra natureza
Que dizes nos cercar com tal vasteza
De portentos de toda bela sorte.
Fala-me como eu vejo o que tu contas,
Pois, p’ra todo lugar que tu apontas,
Tudo é vil, tudo é cinza, tudo é morte!