A MÁGOA DO TEMPO
Como o tempo muda as coisas, as pessoas,
Que dantes eram, ao meu ver, interessantes,
Eram duma importância, os semblantes,
Hoje dissipam-se e já não são tão boas!
As roupas desbotadas, as antigas loas,
As cãs lânguidas, nas cabeças; abundantes,
Um ar de decadências recalcitrantes,
E tu tempo, a tudo aqui magoas!
As árvores não dão mais bons frutos,
Só brotam abrolhos nas faces dos brutos
A própria terra reage à humanidade.
Quanto mais aqui avança-se o tempo,
Mais trombamos nalgum contratempo;
Mais há languidez na meia idade.
(YEHORAM)