Começo sem fim
Jorge Linhaça
Tud começa nem tudo tem fim
ficam as obras por serem findadas
tudo que existe persiste no nada
como a grama que cobre o jardim
Luzes se acendem e apagam-se enfim
e segue a vida a sua jornada
segam searas foices de marfim
Finda a colheita na hora marcada
S'oje eu escrevo e verte meu estro
Pode amanhã já secar-me a pena
Tudo depende da voz do Maestro
Pode secar-se em meio ao poema
Ficar canhestro o que era destro
Mesmo que a alma não seja pequena
salvador, 31 de janeiro de 2012