DIALÉTICA

Ainda que o bom senso da idade
me aponte para a razão,
prefiro a loucura da mocidade
subjugando meu coração.

Ouço ambos, terapeuta e poeta,
apuro os olhos, vejo a realidade,
mas é na janela indiscreta
que enxergo os fios da liberdade.

Seremos fiéis, eu e o meu outro eu,
a tudo que não podíamos ser e fomos,
como a manhã que cedo anoiteceu,

como a tarde que me guardou,
distante dos tristes abandonos,
e, feiticeira, a ti me entregou.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 30/01/2012
Reeditado em 27/05/2014
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