REDOMA (Marco Aurelio Vieira) / VENTURA (Milla Pereira)

Flutuamos nas levezas da inocência...

Sopramos nossas juras mais sinceras

com dotes delicados de existência

em nosso amor de eternas primaveras...

Nós juntos na redoma de quimeras...

E as horas lisas, nuas, sem urgência,

minando em gotas, ninam as esperas...

Cumprindo seu destino na vertência...

Mas, gota a gota, as horas viram mares

bravios, tempestuosos, tão imanes

e levam nosso amor à tona e ao fundo!

E quebram-se as levezas salutares

da casa de quimeras ora inanes,

impondo movimento ao nosso mundo.

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Muito obrigado, minha querida Milla Pereira, por sua encantadora interação:

VENTURA

De todo este amor - na complacência

do longo tempo desta vã espera,

varando os verões e primaveras,

eu hoje clamo a dor de tua ausência.

Dos meus sentimentos, a ambivalência

que me confundiram (serão quimeras?)

Porquanto essa paixão me encarcera,

beirando os sinais da inconsciência!

Então eu me questiono: até quando,

terei este desgosto tão nefando

que as minhas entranhas contamina?

Até quando a saudade que me exorta

a cerrar vez por todas esta porta

dessa redoma que me alucina?

Milla Pereira

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 30/01/2012
Código do texto: T3470648
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