ANDO A PROCURA SEMPRE SOZINHO
Ando a procura sempre sozinho.
Percorro caminhos desertos e frios.
Desespero na rua, sem direção.
No peito uma angústia: é ela a solidão.
Fatigado, atordoado, sem esperança.
A angústia me consome, corrói as lembranças
de casos julgados eternos, verdadeiros.
Hoje desfeito tais laços no meu peito.
Permaneço e ardo sempre sozinho.
Há muitos que andam, cruzam comigo.
O silêncio presente em qualquer direção.
Das mil vozes que gritam ao meu ouvido
é ela a voz que fala no meu íntimo:
voz triste e desconcertante da solidão.