Rosa Carnal
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Que por teus vícios torpes nunca caias
Em pecado, tampouco vil desdém
Suscites, que da má fama és refém,
Já s'encolhem de vergonha as tuas saias.
Segues rios d'absinto às lodosas praias,
E lá, meio ébria, contemplas o vaivém
Do mar, naus à deriva, sem ninguém,
E sentinelas vãs nas atalaias.
És rosa carnal, anfitriã do vício,
E no altar te quedas, em sacrifício,
Expiando assim do mundo os pecados.
E quando as mulheres de viés passam
Com maus-olhados te escorraçam,
E às vezes com trejeitos enciumados.