As Trevas

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Vem a noite. Cobre o vale, o morro,

Cobre os olhos do místico lendário

Com a seda de um imenso sudário

E mil estrelas lúridas por forro.

Na distância soa voz de cachorro,

Ladrando à lua, demente, temerário,

Rasgando tal silêncio funerário

De jazigos de coveiro modorro.

Em legiões macabras correm a terra

Esqueletos armados com cutelos,

Filhos da morte, arautos da guerra.

Alastram, de pólo a pólo, os gelos.

Ouve-se, em terror, alma que berra,

Arrastada ao Inferno pelos cabelos.

Adrianus
Enviado por Adrianus em 29/01/2012
Reeditado em 29/01/2012
Código do texto: T3467996