Crepuscular

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Dias passam, fugidios, como entre os dedos

Deslizam contas de rosário a fio...

No ermo cais nem vislumbre do navio

Que galga vagas negras, galga medos.

Passam noites, imersas em segredos,

Uma sensação na alma de vazio,

E sobe pela espinha um arrepio,

E geme o vento norte nos penedos.

Por vezes, nos montes, colhem-se estrelas

Que são graças celestes de donzelas

Cujas almas ascenderam aos céus.

Assim a vida passa, sem nos ver,

Tão prostrados no chão, ao entardecer,

E o sol esboça um tão lúrido adeus.

Adrianus
Enviado por Adrianus em 28/01/2012
Reeditado em 29/01/2012
Código do texto: T3467590