Realidade

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Em melodia etérea, d'azul e rosa,

A sua voz angelina, ondulante,

Soava, perdida, no tempo distante,

Ora plangente, ora murmurosa.

Em visões a lembrava, tão formosa,

Mas padecia de saudade constante,

Por de tão lindo sonho ser amante,

E era punido, em vida penosa.

Assim vivia, escravo de quimeras,

Até que, vagueando noutras esferas,

Encontrei o semblante da realidade,

Quase tão belo, quase tão inocente,

Eu diria, semblante de amor presente,

Que não nutre quimeras, nem saudade.

Adrianus
Enviado por Adrianus em 28/01/2012
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