POEMA CONDENADO

Pela rua, fica exposto, esquartejado

Meu poema sem tempero, gosto e sal

Alimento que lhe dei, fraco e minguado

Para o eterno não será, depois, letal.

Foi gerado em manhãs, chuvosas, frias

Longe, longe, da sonhada calmaria

Sem um sonho, esperança ou alegrias

Espelhando tão somente a agonia.

Fosse um címbalo ecoando pelo vento

Com certeza existir com mais assento

Seguiria pelo tempo em ousadia.

Mas só voz agonizante, quem diria

De uma dor que anuviou meu pensamento

Maculou toda beleza deste intento.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 27/01/2012
Código do texto: T3464538