Cavaleiros do Apocalipse
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Surgem, dentre a bruma, os Cavaleiros
Do Apocalipse, em negras montadas,
Arrastando o arauto das madrugadas
Por pedras e por cardos dos outeiros.
Seguem a Morte bandos de coveiros
Que brandem, ébrios, o aço das enxadas,
E logo atrás, atrás da Peste, ossadas
Ruinosas de malditos curandeiros.
Arvoram os estandartes da Guerra
Demónios que fazem tremer a terra,
Em passo de ganso e botas de ferro.
Nuvem de gafanhotos segue a Fome,
Tal como hostes de mendigos sem nome
Que vão no rastro do seu próprio enterro.