Outono

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Que saudade dos meus verdes anos!

Ante auroras amenas eu dançava,

Ao capricho da brisa que soprava,

Em cortejo eterno de dias ufanos.

O sol, em trono d’oiros soberanos,

Augusto, sorria quando m'embalava

Em seu colo d’ardores e mui flava

Era a sua tiara de brilhos insanos.

Quando as chuvas cessaram; quando o estio

Chegou, a terra chorou dias a fio,

Até que, sem gotas, que verteu em vão,

A face mirrou-lhe, caiu-lhe o cabelo,

E não mais se refez de tal flagelo,

E eu, tristonha, rolando pelo chão...

Adrianus
Enviado por Adrianus em 25/01/2012
Reeditado em 26/01/2012
Código do texto: T3461738