DEUS E SEU POMAR
O que posso querer mais desta vida,
Se, tenho da vida mais do que sonhei;
Aos meus pés, graças do céu vindas,
Caem como frutos, que nunca plantei.
Estou a saborear a mais suculenta maçã,
E, neste meu coração, uma chama arde;
O sol se faz luz, ao nascer das manhãs,
A lua estende o lençol ao cair das tardes
Braços agradecidos seguem no trabalho,
E minhas lágrimas, qual gotas de orvalho,
Agradecidas, por tudo que jamais sonhei;
Colho, no pomar da vida, frutas variadas,
Azedinhas, suculentas, e outras adocicadas,
Plantada por Deus... Pois eu nunca plantei!