Espermatopoético
Morreram, afogados na privada,
os espermatozoides de um garoto.
Pobres coitados foram pro esgoto,
nadando na paixão ejaculada.
A fantasia duma namorada
serviu de principal motivação.
A morte deu-se ao golpe duma mão,
por que a outra mão tava cansada.
Morreram porque não sabiam nada
das coisas encantadas da paixão.
Sequer, sobrou um só, em um milhão:
morreram como a chuva na calçada.
A mão, do vil carrasco, calejada,
ainda hoje lembra a execução.
A culpa, certamente, é de Adão,
que deixou a serpente apaixonada.
Morreram, afogados na privada,
os espermatozoides de um garoto.
Pobres coitados foram pro esgoto,
nadando na paixão ejaculada.
A fantasia duma namorada
serviu de principal motivação.
A morte deu-se ao golpe duma mão,
por que a outra mão tava cansada.
Morreram porque não sabiam nada
das coisas encantadas da paixão.
Sequer, sobrou um só, em um milhão:
morreram como a chuva na calçada.
A mão, do vil carrasco, calejada,
ainda hoje lembra a execução.
A culpa, certamente, é de Adão,
que deixou a serpente apaixonada.