Um que de melancolia
Em dias turvos, a triste lembrança
Aflora numa hora de agonia,
E me priva da ínfima alegria
Que ainda velo, em terna esperança!
Viajam os dias, em real dessemelhança,
E ouço coisas, que outrora eu não ouvia;
Ou quem sabe, inconsciente, antevia
Mas não cria, em razão da insegurança!
Doce, e às vezes ocre é a existência
E os sonhos, não são apenas quimeras
Os quais eu guardo em tantos pensamentos;
Pois em meio a tanta efervescência
De pensares, no decorrer das eras,
As paixões prenunciaram sofrimentos!
Edson