SONETO DA ALMA PÓS-MODERNA

Em chamas, tua alma sussurra e berra

Pelo ardor que se perdeu nos sonhos

Pelo amor que se esvaiu da Terra

Em labirintos de céus medonhos

Em polvorosa, tua alma suplica e clama

Pela paz que o tempo afugenta

Um pouco mais que a guerra em chama

Já tão voraz, mas nem tão lenta

Será que a alma se escondeu de ti ?

E teu invólucro de carne e osso

Não mais chora, não mais sorri ?

Será que a alma se embriagou de nós ?

Seres-máquinas de um mundo insosso

Tão virtuais, tão frágeis, tão sós ...

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