RIO E DESERTO
Quem é essa mulher, que não me sai da mente?
Quem é ela? Será o diabo encarnado?
Mais forte que um trago de aguardente
mais presente que a sombra ao meu lado
Febre que arde, sem que eu esteja doente
ela é o verão de Recife, quente e abafado
onde a chuva, vai e vem, toda contente.
Meu Deus! Por esta criatura estou enfeitiçado
Será um demonio, anjo ou caipora?
Me agrada quando está por perto
mas me enlouquece quando vai embora
Ela é o rio e eu sou o deserto
quando corre para mim, a vida flora
Sem ela, tudo mais torna-se incerto