(O soneto «MULHER-MAR» foi um presente que recebi do exímio poeta
Luiz Moraes ao qual retribui com «MEU REFÚGIO, MEU FADO».
Muito obrigada, Luiz, por este lindíssimo presente tecido com as linhas da
amizade e do carinho, que me deixou emocionada. Um grande abraço.)
MULHER-MAR / MEU REFÚGIO, MEU FADO
Dueto: Luiz Moraes / Ana Flor do Lácio
MULHER-MAR
Maravilhoso mar que te compõe
Em ondas de emoções esplendorosas
Dançando nos teus olhos caprichosas
Saudando esse oceano que dispõe:
Do encanto quando à tarde o sol se põe
Das ilhas desenhadas, tão vistosas
Das suas profundezas misteriosas
Da mágica que sempre o recompõe.
Misturados em plena sintonia
O mar ecoa em ti os seus segredos
E te revela um mar de poesia.
E tu já não te escondes, não tens medos
És mulher-mar, és mar-mulher; magia
Que de tão fascinante eu fico ledo.
(Luiz Moraes)
MEU REFÚGIO, MEU FADO
Nunca escondi o meu amor por este mar
Onde me faço, refaço e anoiteço…
Num voo de gaivota, alto, singular,
Sigo reinventando outro começo.
Redescubro-me nas águas profundas
Do mar que dentro de mim sinto correr
E essa felicidade é tão fecunda
Que minh' alma sente a vida renascer!
Corro, me percorro e visto dessas cores,
As cores do céu que no meu mar se espelha
Sinto que a alma se faz campo de flores...
E sigo procurando mais centelhas
Na imensidão esmeraldina a meu lado,
Aqui, no meu refúgio, no meu fado…
(Ana Flor do Lácio)
Obrigada, mestre Miguel Jacó, por esta belíssima interação, um maravilhoso
presente que veio iluminar minha sala. Palavras não tenho para agradecer à
altura este brilhante soneto, apenas me resta aplaudir a grandiosidade de seu
gesto. Um grande abraço.
ENTRE MONTES E SERRAS O INFINITO
Entre montes e serras o infinito,
A grande imensidão de água azul,
Tua lama enamorada solta o grito,
Independe do vento norte ou sul.
Em Portugal, Brasil e até Sibéria,
Teu afinco as grandes correntezas,
A paixão não expede outra idéia,
Numa praia tu encontras sutilezas.
É notória tua sintonia com o Mar,
Teu semblante ante ele rejuvenesce,
Todo prazer inda haverá de desfrutar.
Segues assim valorizando teu viver,
No grão de areia o mistério universal,
Não há segredo desconexo de você.
(Miguel Jacó)