Bênçãos de Afrodite
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Num beijo deitei farpas, deitei pregos,
Para fincar a tua língua na minha;
Vê-las esgrimir, em duelos cegos,
E a vencedora coroá-la de rainha.
Sentir arrepios cálidos na espinha
Por ver, em pares, despirem-se os egos,
Com bênçãos d'Afrodite, alva madrinha,
À sombra colunar de templos gregos.
Num cálice verti sangue d'orgias
E levei aos teus lábios de mil pecados,
Que praguejaram, enquanto sorvias.
Chãos giraram, giraram, inebriados,
E, em vagas, qu'intensa que tu rias,
Correndo, enlevada, pelos prados!