Bênçãos de Afrodite

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Num beijo deitei farpas, deitei pregos,

Para fincar a tua língua na minha;

Vê-las esgrimir, em duelos cegos,

E a vencedora coroá-la de rainha.

Sentir arrepios cálidos na espinha

Por ver, em pares, despirem-se os egos,

Com bênçãos d'Afrodite, alva madrinha,

À sombra colunar de templos gregos.

Num cálice verti sangue d'orgias

E levei aos teus lábios de mil pecados,

Que praguejaram, enquanto sorvias.

Chãos giraram, giraram, inebriados,

E, em vagas, qu'intensa que tu rias,

Correndo, enlevada, pelos prados!

Adrianus
Enviado por Adrianus em 22/01/2012
Reeditado em 22/01/2012
Código do texto: T3454559