A idosa Lourdes
Deitada sobre o leito da velhice
Configurei bem de perto a solidão
Ali jazia uma alma morta de adão
Vi da velhice sua têz no abandono
Perdeu de si a história e a razão
Não teve muito a encantar na vida
Os medos e inquietações da lida
Deixou marcas da vida sem razão
Analisei meus dias vendo aquilo
Alguma coisa tinha a ver comigo
E me jurei não sofrer este castigo
Ali restos de uma vida de ilusão
Tudo uma dimensão qual fantasia
De um Carnaval passado sem folia.
Há vidas que nascem neste mundo
Sem frutos se vão em chão fecundo
Alma Gort
Lourdes
Deitada sôbre o leito da velhice
Os dias se seguiam tez alquebrada
Esperando a esmola tão esperada
De alguém que desse uma palavra
Sua voz lamentosa e bem cansada
Era seguida de lágrima ao desafeto
Pois as gentes que andavam perto
Dos seus males ninguém se importava
Uma visita vez em quando, uma palavra
Minutos talvez olhando alguém ficava
Talvez chorando a dor daquele ente.
A velhice avarenta como quem exorta
Mostrava sua face feia numa feia porta
Mostrando seu futuro à toda gente
by Alma Gort
TRISTE FIM (Fernando Cunha Lima)
Deitada sobre o leito da velhice
Seus olhos de “color” acinzentados,
Divisam vultos dos tempos passados,
Que se apresentam na sua crendice.
Cismas, as cismas desta caturrice,
Vindas da mente e corpo alquebrados,
Das mãos, pernas e pés já bem cansados,
Resmunga o que disse e desdisse.
O riso se apresenta indiferente,
Alheio ao comentário desta gente,
Que há tempos atrás, alguém predisse.
Agora só o Deus é quem lhe ajuda,
Decrepitude que ninguém acuda,
E tão somente chamam caduquice.
Alzheimer quem falou foi a ciência,
Só tenham compaixão e paciência.
Acompanhando o poeta Odir,
No seu triste mas belo soneto.
Como alerta a tão grande mal
Que afeta a humanidade.
Fernando cunha lima19-01-12.
VELHICE
Deitada sobre o leito da velhice,
ela olhava o vazio que lhe olhava,
ouvindo as dileções que ninguém disse,
falando sem dizer do que falava.
À tarde, ao tempo exato da tontice,
o quarto quieto, sem querer, rodava,
enquanto ela sorria a quem lhe visse,
enquanto ria ao vulto que passava!
Depois de muitas voltas esqueceu
dos vultos vários que nas voltas viu
e se fez como quem adormeceu.
O sol de ser dourado desistiu
e num ninho de nuvens se escondeu.
Quando a noite chegou, ela partiu...
Odir milanez
JPessoa/PB
18.01.2012
oklima
Deitada sobre o leito da velhice
Configurei bem de perto a solidão
Ali jazia uma alma morta de adão
Vi da velhice sua têz no abandono
Perdeu de si a história e a razão
Não teve muito a encantar na vida
Os medos e inquietações da lida
Deixou marcas da vida sem razão
Analisei meus dias vendo aquilo
Alguma coisa tinha a ver comigo
E me jurei não sofrer este castigo
Ali restos de uma vida de ilusão
Tudo uma dimensão qual fantasia
De um Carnaval passado sem folia.
Há vidas que nascem neste mundo
Sem frutos se vão em chão fecundo
Alma Gort
Lourdes
Deitada sôbre o leito da velhice
Os dias se seguiam tez alquebrada
Esperando a esmola tão esperada
De alguém que desse uma palavra
Sua voz lamentosa e bem cansada
Era seguida de lágrima ao desafeto
Pois as gentes que andavam perto
Dos seus males ninguém se importava
Uma visita vez em quando, uma palavra
Minutos talvez olhando alguém ficava
Talvez chorando a dor daquele ente.
A velhice avarenta como quem exorta
Mostrava sua face feia numa feia porta
Mostrando seu futuro à toda gente
by Alma Gort
TRISTE FIM (Fernando Cunha Lima)
Deitada sobre o leito da velhice
Seus olhos de “color” acinzentados,
Divisam vultos dos tempos passados,
Que se apresentam na sua crendice.
Cismas, as cismas desta caturrice,
Vindas da mente e corpo alquebrados,
Das mãos, pernas e pés já bem cansados,
Resmunga o que disse e desdisse.
O riso se apresenta indiferente,
Alheio ao comentário desta gente,
Que há tempos atrás, alguém predisse.
Agora só o Deus é quem lhe ajuda,
Decrepitude que ninguém acuda,
E tão somente chamam caduquice.
Alzheimer quem falou foi a ciência,
Só tenham compaixão e paciência.
Acompanhando o poeta Odir,
No seu triste mas belo soneto.
Como alerta a tão grande mal
Que afeta a humanidade.
Fernando cunha lima19-01-12.
VELHICE
Deitada sobre o leito da velhice,
ela olhava o vazio que lhe olhava,
ouvindo as dileções que ninguém disse,
falando sem dizer do que falava.
À tarde, ao tempo exato da tontice,
o quarto quieto, sem querer, rodava,
enquanto ela sorria a quem lhe visse,
enquanto ria ao vulto que passava!
Depois de muitas voltas esqueceu
dos vultos vários que nas voltas viu
e se fez como quem adormeceu.
O sol de ser dourado desistiu
e num ninho de nuvens se escondeu.
Quando a noite chegou, ela partiu...
Odir milanez
JPessoa/PB
18.01.2012
oklima