MAREMOTO

Dois corpos enlaçados... Somos ondas

de um mar maravilhoso, imprevisível...

Rebento-me esperando que respondas...

Razão a ver navios, impassível...

Navios que a razão salaz avista...

Levados por nós dois, em nosso ondeio...

Flutuando vacilantes na alta crista...

Navios num só curso cego e alheio...

Navios carregando alguns escravos:

Vaidades e mentiras, preconceitos...

E todos nos porões, acorrentados...

Avança um maremoto! E os naufragados

se afogam na água fértil, com seus feitos...

Razão é derretida em sais e favos...

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 21/01/2012
Reeditado em 12/03/2014
Código do texto: T3452992
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