Negra Cabeleira

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De negrores raríssimos, vistosa,

Que das sedas, dos veludos tomou a essência,

Em cachos se queda, por indolência,

Resvalando em espádua voluptuosa.

Atrai sátiros de língua gulosa,

Ávidos por macular a inocência

D'adornos virginais, com vil ardência

Das falanges d'índole maliciosa.

A lua cheia, em quebrantos, feiticeira,

Verte ânforas de luar na cabeleira,

Tomada por despeitos e vãos ciúmes

Do negror de tal enfeite, tais gemas,

Desfiada em noites mil, em mil poemas,

Cingida por auréola de perfumes.

Adrianus
Enviado por Adrianus em 21/01/2012
Reeditado em 21/01/2012
Código do texto: T3452840