MISANTROPIA
Veem o teu derradeiro suspiro
Como se fora um trágico espetáculo
Cujo grave epílogo está no tiro
Que da vida arranca o último tentáculo.
Por ti nada fazem. Sentam, folgam,
Apreciam teu copioso pranto...
Mofam, foliam, te espremem e agalgam,
Festejam o teu penoso quebranto.
Vês? Não há como escapar dessas garras
Malditas que unem as mãos em aplausos!
Fúnebres silvos que à morte dão arras.
Declara esta tua animosidade
Por aqueles vis misantropos ausos
Que um dia ofereceram-te amizade!
(Lorena Alysson) 20/01/2012.