CENA URBANA
Cruzam a rua larga duas moças:
uma branca, delicada, amena,
olhos claros; desviando às poças.
Nove horas. Que manhã serena!
A outra parda, lábios grossos; magra,
lindas pernas... a um amigo acena,
entre os dedos um cigarro... Traga!
Nove e um. Que manhã serena!
Súbito, uma confusão se forma:
corre-corre na manhã tão plena.
Esbarrões, estampidos, gritos...
Vergonhosa e lamentável cena!
Calmaria... duas moças mortas.
Nove e dois. Que manhã serena!