A noite sem luar

Carrego cá no peito tão tácita dor

que até a Vida de mim partiu por descrença...

Como a lua, que se guarda em minha presença,

decidiu por deixar-me, sem teses expor.

A ausência do luar reflete meu ser dúbio,

de todos, lá se exibe o retrato mais núbio.

E assim, depressa, a direção toda me some

Mas se 'inda agonizo no teu palco disforme,

ah Vida… Se o devir amolda-me ao desgosto

e, entrementes, os versos deixam isso exposto,

é que temo que nada mais bela te torne...

Eis que, às súplicas, de joelhos n'um altar

meu peito arqueja; de tanto em sonhos pairar

e nada neles encontrar, morri de fome...

Duda Checa
Enviado por Duda Checa em 19/01/2012
Código do texto: T3450289
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