DA LOUCURA

Outros venenos aliciam meu neurônios

Só tenho os sonhos, dentre tantos, tão normais.

Formigas vejo, pelos cantos laterais,

Seguindo ilesas, do meus pés, tolos campônios.

Já não invoco ação dormida, em Catedrais...

Não entro mais e passo ao largo dos botecos.

Sem chão preciso já não ouço mais os ecos

Nesse reinado, atuo junto aos canibais...

Nos meus Anais nada registro, ajo ao nulo

De uma memória, na surdina, em irreais,

Dias, que somam, ou mesmo morrem nos finais.

Juro que ao grito, meu descrédito, engulo...

Nenhum sentido já me pega pela mão.

Danço ao relento da mais branca escuridão.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 19/01/2012
Reeditado em 19/01/2012
Código do texto: T3449363