"SEM MOTIVOS PARA ESPERANÇA"
Enquanto há vida, há esperança,
Mas a vida há de estar inteira, nunca partida.
Enquanto há esperança, como um sonho de criança,
É porque há algum sinal de que a vida é mantida.
Quão doce motivo é saber-se em vida arder,
Estar na condição de almejar o futuro mesmo distante,
Planejar com possibilidades viáveis de acontecer,
Permitir-se reavaliar se o objetivo é oscilante.
Quão amarga razão se tem ao perceber improvável
A vida que se leva numa luta incansável
E sem alento aparente, nem lampejo de vitória
Como numa inconsciência na perda de memória
Despojando-se de tudo numa rapidez que apavora
E faz da vida que leva pura questão de horas.
(ARO. 1994)