Entre a Vida e a Morte

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Aqui no leito, entre a vida e a morte,

Leio no espaço, de estrelas cravejado,

A minha sina, escrita no passado

Por vias errantes, pela mão da sorte.

Já duma atormenta-me o hálito forte,

Os fígados expulso ao ser beijado,

Enquanto a outra, tão fresca a meu lado,

Encanta, por ser luz, por ser consorte.

Pudera afastar a morte, ao inferno!

Mas sei que um dia, em vésperas d'inverno,

Ela cometerá um crime terrível.

E assim, emparedado entre as duas,

Olho o céu de muitas e muitas luas,

E a sina, cada vez mais ilegível.

Adrianus
Enviado por Adrianus em 17/01/2012
Reeditado em 17/01/2012
Código do texto: T3445222