Cinco quase-sonetos dum dia - Soneto II
Aquela árvore dizia disparates aos seus galhos
Os galhos, por assim dizer, não entendiam
Quem ao menos, coragem terá
De indagar contra o desejo de uma árvore?
Nos seus galhos, uns vítreos pingos
Genuínos e hirtos, desconhecendo qualquer seja
O importante ou inócuo objetivo,
E uma velha a rega para que sobreviva
Vínculos desconhecidos,
Homem e natureza, alguém disse:
“Eu posso conversar com flor.”
Toques intocados, nossos olhos beijam os momentos
Homem e natureza, alguém disse:
“Eu posso olhar e viver a vida.”