Cinco quase-sonetos dum dia - Soneto II

Aquela árvore dizia disparates aos seus galhos

Os galhos, por assim dizer, não entendiam

Quem ao menos, coragem terá

De indagar contra o desejo de uma árvore?

Nos seus galhos, uns vítreos pingos

Genuínos e hirtos, desconhecendo qualquer seja

O importante ou inócuo objetivo,

E uma velha a rega para que sobreviva

Vínculos desconhecidos,

Homem e natureza, alguém disse:

“Eu posso conversar com flor.”

Toques intocados, nossos olhos beijam os momentos

Homem e natureza, alguém disse:

“Eu posso olhar e viver a vida.”

Paulo Fonseca
Enviado por Paulo Fonseca em 16/01/2012
Código do texto: T3443800
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