SINGELO ABRIGO
Ainda que eu tivesse do luxo as benesses,
Num palácio de mármore carrara e cristais,
Em derredor, fausta mobília, ricos vitrais.
E que o gênio, em desejos a mais, me concedesse:
Ricas cavalariças e em suas báias corcéis;
Uma vida fausta, com pajem e sem procelas.
Prados alcatifados de açucenas e marcelas,
Cambarás floridos em alamedas e vergéis!
Na prataria desse palácio, tivesse o camafeu,
Em todas as peças, que essa figura fosse eu!
Que fosse realidade toda essa quimera:
Sem ti não guardaria um minuto de espera.
E tudo renegaria para viver contigo,
Como vivo hoje, em nosso singelo abrigo!