SINGELO ABRIGO

Ainda que eu tivesse do luxo as benesses,

Num palácio de mármore carrara e cristais,

Em derredor, fausta mobília, ricos vitrais.

E que o gênio, em desejos a mais, me concedesse:

Ricas cavalariças e em suas báias corcéis;

Uma vida fausta, com pajem e sem procelas.

Prados alcatifados de açucenas e marcelas,

Cambarás floridos em alamedas e vergéis!

Na prataria desse palácio, tivesse o camafeu,

Em todas as peças, que essa figura fosse eu!

Que fosse realidade toda essa quimera:

Sem ti não guardaria um minuto de espera.

E tudo renegaria para viver contigo,

Como vivo hoje, em nosso singelo abrigo!

Zé Salvador
Enviado por Zé Salvador em 12/01/2007
Código do texto: T344210
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