DIANTE DO QUE SOU

Preencho as lacunas do questionar insano

Ao refutar qualquer traço deste ímpeto fero

Que minh’alma segue em confuso engano

Não me entregar à volúpia deste sutil apelo

No fervor da malícia sou refém do aconchego

Que trazes no saborear do teu corpo pleno

De todas as fragrâncias a melhor é teu cheiro

Convite tão doce a um prazer terreno

Ainda que o pecar não encontre no amor alento

Sob os lençóis no enroscar volupuoso me entrego

Compartilhando do desejo que em meu íntimo sustento

E neste ofício, de tanto amar-te mais escravo me sinto

Ao provar-te em delírios que em teu gemido fomento

Ser teu amante fiel,faminto, num eterno instante intento.