NAS TEIAS DA CORRUPÇÃO (soneto crítico)

A fome de muitos enche a mesa de poucos

Entre bolsos vazios, estão malas tão cheias

Da ganância que sempre corrói os loucos

E da corrupção, seus nós e suas teias

A miséria de muitos é a mesada de poucos

Que se mistura a sangue, lágrimas e suor

E faz a esperança dar soluços sempre roucos

Enquanto dorme a utopia de um mundo bem melhor

Ser corrupto é querer ter em hipertrofia

E cultivar ao máximo o egoísmo

E se encher de tudo o que esvazia

Ser corrupto é trocar o meio pelo fim

E se mascarar com a face do cinismo

Entre as teias que ligam o não ao sim.

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