O Triunfo do Amor
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A morte, em vão, em vivo clamor,
Desafio, pois que já teu corpo arrasta,
Do seio da vida, essa vil madrasta
De gelo muda ao pranto da tua dor.
Amaldiçoa a morte o nosso amor,
Por seres formosa, por seres casta,
Seres a noiva de um iconoclasta,
Ser espírito livre, sonhador.
Sigo a fímbria do teu véu, que se desfia,
Entre névoas, pisando terra fria,
Que desejo de amar leva ao desnorte.
Dou-te a mão, em desespero final,
E, num abraço, num beijo triunfal,
Entregamos nossos corpos à morte.