ARARAS
Ah! Se fossem nossas almas como duas araras
Que permanecem fiéis ao seu encontro fortuito.
Eternizadas num retrato de grande vulto,
Quadro eterno que a outro não se compara.
Paisagens românticas que me são tão caras,
Em tudo procuro um único intuito:
Que não me baste viver tanto e muito;
As cores que amo são de tuas plumas raras.
Que eu não tenha nunca de implorar que não me deixes,
E que outra eternidade tua boca nunca beije,
A não ser a minha que de ti não se separa.
Que já nossas almas vivam, no reino de eternos alqueires,
Tuas asas sobre mim sejam angélicos seres,
Espada que para a guerra solitária não me prepara!