ARARAS

Ah! Se fossem nossas almas como duas araras

Que permanecem fiéis ao seu encontro fortuito.

Eternizadas num retrato de grande vulto,

Quadro eterno que a outro não se compara.

Paisagens românticas que me são tão caras,

Em tudo procuro um único intuito:

Que não me baste viver tanto e muito;

As cores que amo são de tuas plumas raras.

Que eu não tenha nunca de implorar que não me deixes,

E que outra eternidade tua boca nunca beije,

A não ser a minha que de ti não se separa.

Que já nossas almas vivam, no reino de eternos alqueires,

Tuas asas sobre mim sejam angélicos seres,

Espada que para a guerra solitária não me prepara!

Wellington Berdusco
Enviado por Wellington Berdusco em 14/01/2012
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