AS DEZ VIRGENS
Jorge Linhaça
 
Dez lâmpadas tinham dez virgens
à espera da chegada do noivo
Que chegaria em meio ao povo
Vindo distante , do lugar de origem
 
Todas as virgens de belo se singem
à lâmpada poem o óleo em renovo
Nove fadadas estavam ao covo
Enquanto o òleo virava fuligem
 
Vindo o noivo, enfim atrasado
Apenas uma, acesa mantinha
Da lamparina a vívida chama
 
Foi-se com ela o par desejado
E as outras nove que óleo não tinham
D'imprevidentes ficaram c'oa fama
 
II
 
Devemos deixar a lâmpada acesa
Deitar-lhe o óleo de nossos intentos
Deixar bem posta e completa a mesa
Buscar o abrigo da força dos ventos
 
Somos a virge, somos a princesa
Revistamo-nos pois dos paramentos
Afugentando trevas e tristeza
Até que seja chegado o momento
 
Quando o Bom Mestre enfim retornar
Que nos encontre brilhando na luz
E nos conduza para o seu altar
 
Sê previdente, fazei-lhe pois juz
Nunca deixando a chama apagar
Abrindo as portas pro Mestre Jesus
 
Salvador, 14 de janeiro de 2012