Poeta Promíscuo

Eu tendo, por certo, à promiscuidade

como se algo de sangue, ou signo

gerasse o desejo por multiplicidade

Crescente como um tumor maligno

Por ser poeta, mas nem sempre fidedigno

ao peito que sente e à carne que arde

Tento ser ao menos um mancebo digno

aos olhos da minha mãe ou da humanidade

Eu procuro em diferentes corpos

o que por certeza me falta

e por isso ando por tantos portos

Minhas liras, nunca são cantadas em voz alta

São como pérolas dadas aos porcos

São como os seios de uma taberneira incáuta

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 14/01/2012
Reeditado em 14/01/2012
Código do texto: T3439792
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