Poeta Promíscuo
Eu tendo, por certo, à promiscuidade
como se algo de sangue, ou signo
gerasse o desejo por multiplicidade
Crescente como um tumor maligno
Por ser poeta, mas nem sempre fidedigno
ao peito que sente e à carne que arde
Tento ser ao menos um mancebo digno
aos olhos da minha mãe ou da humanidade
Eu procuro em diferentes corpos
o que por certeza me falta
e por isso ando por tantos portos
Minhas liras, nunca são cantadas em voz alta
São como pérolas dadas aos porcos
São como os seios de uma taberneira incáuta