Soneto da saudade
De repente vem uma saudade aguda
Que o coração quase não agüenta
A voz não sai, engasga, fica muda
O pranto rola e a tristeza aumenta
O destino traça sempre o caminho
Está escrito e isso não se altera
Chega sorrateiro, bem de mansinho
Ou de repente, quando ninguém o espera
Comigo aconteceu certo dia
De perder meu pai, minha alegria
Arrancou-se meu porto, ruiu meu abrigo
Minha fortaleza, meu refúgio, meu mundo
Deixou uma dor, um vazio tão profundo
Mas deixou também seu exemplo de homem, de pai de amigo.