Visão da Dama Pálida

*

Passa o furgão mortuário, por cavalos

Puxado, rumo à acrópole sombria,

Onde a noite em trevas dissolve o dia,

Berço de vermes, da morte vassalos.

O cocheiro, crânio de cabelos ralos,

Uiva com a fúria da ventania

Que passa em rajadas, passa tão fria,

Com prantos de almas santas, a arrastá-los.

No caixão, de tão pálida formosa,

Ela lembra a imagem da lua tombada

No além, em cova rasa, assombrosa.

E como veio, do nada, assim some,

Deixa um rasto de poeira pela estrada

E o vento, em vão, chama por seu nome.

Adrianus
Enviado por Adrianus em 13/01/2012
Reeditado em 14/01/2012
Código do texto: T3439420