A Gerailton Cavalcante
Ó doce alma de tão puros olhos
Que beleza vês no qu'é imperfeito
Tu que o soneto carregas no peito
Aos meus rabiscos comentas aos molhos
Encontras flores por entre os abrolhos
mas pra falar-te sou hoje suspeito
venho empenhar-te apenas respeito
pelos teus versos (e os meus tão simplórios)
Vejo em teus versos a magnitude
a maestria que falta me faz
São os meus versos de brilho fugaz
Mas inda hei de buscar a virtude
De escrever um soneto real
Que atravesse o tempo afinal