A PEDRA

Nas manhãs que descem pelo espaço, nuas

com as vestes claras, cada dia uma,

a neblina some, leve como espuma.

– Na tragédia cósmica, o princípio atua.

Nada é eterno, nada resta, em suma,

tudo chega ao fim e ali se desvirtua.

Quanta insipidez expõe a forma crua!

A verdade dói! – Dói como nenhuma...

É nos vãos da noite que o mau sonho medra;

é da inquietude, feita de suspense,

essa coalizão de tais palavras tolas.

Pobres das ideias, de quem ousa expô-las;

bem melhor fugir das teses em que pense

esta massa inútil, próxima da pedra.

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